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Sou Líder, e agora?

Publicado e 01/12/2018

Resolvi escrever esse artigo para compartilhar as experiências que tive acompanhando lideranças em desenvolvimento. Talvez você tenha perseguido muito esse cargo, talvez ele tenha acontecido em sua carreira, ou quem sabe você ainda almeja chegar lá... e é aqui que gostaria de começar a lhe provocar algumas reflexões.

Costumo dizer que no modelo de gestão atual, não há espaço para um líder ao acaso. Você pode escolher ser líder ou não, mas é muito importante que a motivação para tal escolha seja assertiva. Se a sua motivação está ligada a recompensa financeira, status e visibilidade, cuidado! Ser líder é uma missão que está relacionada a servir e contribuir para o crescimento da equipe.

"Se a sua motivação está ligada a recompensa financeira, status e visibilidade, cuidado! Ser líder é uma missão que está relacionada a servir e contribuir para o crescimento da equipe."

Creio que qualquer profissão que inclua tocar o mundo do outro de alguma forma, exige, no mínimo, muita responsabilidade e respeito. Neste ponto lembro de uma professora, dessas inspiradoras, que durante a graduação nos dizia assim: Eu tenho muito ciúme da minha profissão, se pudesse avaliaria um por um dos estudantes para ter certeza de que seriam ótimos psicólogos. Absorvi este pensamento e estendo as lideranças. Se eu pudesse avaliaria cada pessoa que quer ter a oportunidade de liderar. Já que não posso e nem devo fazer esse tipo de avaliação, minha pequena contribuição é dar o meu melhor a aqueles que chegam até mim e dividir com você que lê este artigo, as minhas descobertas.

Há uma herança deixada nas organizações em que os profissionais tornavam-se líderes por tempo de casa, essa era a forma de reconhecer aqueles que se dedicavam a empresa, se por um lado essa era a forma promover, do outro havia colaboradores que viam a “chefia” como a única possibilidade de ganhos maiores. No entanto, nem sempre aquelas pessoas com mais tempo de empresa eram os mais habilidosos com gestão. O resultado desse movimento? Uma série de bons técnicos que nem sempre se tornavam bons líderes. Podemos perceber que os resquícios desse acontecimento continuam “assombrando” as empresas, não é raro encontrarmos lideranças tarefeiras escondidas atrás de uma pilha de papéis e processos, centralizando funções para não ter que “encarar” a gestão. Essas situações geralmente vêm acompanhadas de uma série de problemas, profissionais frustrados e com medo da mudança, equipes que percebem que seu gestor não está coerente com os valores atuais, resultados que não vêm, e ai meu caro, haja manobra do Rh estratégico com a direção da empresa para dar as tratativas corretas.

Agora que já falamos um pouco sobre o histórico da liderança, vamos tratar sobre os desafios de iniciar em uma posição de gestão. Tenho acompanhado profissionais que passam pelo processo de aprender a ser líder, algo que tem se tornado cada vez mais comum, investir e preparar os futuros líderes para que sejam assertivos, inspiradores que desenvolvam e conduzam a equipe até a visão da empresa.

Chega a ser poético e soa como música aos ouvidos dos empresários. Em tempos de mudanças rápidas e cenário instável, quem não quer um líder capaz de conduzir um time todo aos resultados? O que é preciso então para ser esse profissional tão disputado? Ao contrário do que você possa estar esperando, as respostas para esta questão são mais simples do que você imagina. Lembre-se que minhas dicas são baseadas em experiências, um resumo das principais competências necessárias e dos principais obstáculos que impedem um bom desenvolvimento:

  • Seja humilde – Sinto arrepios quando escuto alguém dizer que “lidar” com gente é fácil. Internamente já penso “- Teremos muito trabalho pela frente...”. Pessoas são complexas e exigem dedicação, cuidado, estudo, experiência. A falta de humildade coloca um muro enorme entre a teoria e a prática. Percebo discursos lindos que no dia a dia não se aplicam. É preciso humildade para entender que quanto mais ajuda eu tiver nesse caminho, maiores chances de sucesso. Uma dica valiosa neste ponto é estar alinhado com a gestão de pessoas da empresa onde você atua. Felizes são os líderes que utilizam esse setor como apoio para suas ações ao invés de trata-lo com rival, pode parecer absurdo mais ainda existe resistência dos líderes que acham que o Rh está lá para apontar erros e demiti-los se fizerem errado, quando na verdade são eles que se demitem ao terem essa atitude individualista e contrária ao time. Seja amigo da sua gestão de pessoas, eles são suporte, estudaram e se prepararam para te apoiar.
  • Saiba ouvir – Estamos preocupados com profissionais que se comunicam bem e falamos isso o tempo todo, no entanto um ponto básico da comunicação tem passado bem despercebido. Não, não estou falando da sua oratória, mas sim de ouvir o que o outro está lhe dizendo. Você realmente escuta? Ouve para compreender ou para responder? Há uma diferença enorme nesses dois aspectos. Quando ouço para responder estou pensando no que falar, a atenção está em mim. Quando ouço para compreender estou realmente prestando atenção no que o outro tem a me dizer. Ouça na essência, você não tem ideia de quantos mal entendidos podem ser evitados com esse simples exercício, além é claro da conexão que se cria. Não é raro me perguntarem: - Um colaborador da minha equipe está passando por um momento muito difícil, tenho medo de falar com ele e não saber o que dizer. Sempre respondo: Ouça! Pois nesses momentos não há exercício maior de empatia e acolhimento, que a escuta. Na maioria das vezes é tudo o que as pessoas precisam, alguém que as escute, sem opiniões carregadas de julgamentos ou “achismos” do que pode ser feito.
  • Dê e receba feedback – Embora o tema feedback seja batido continua sendo a “dor” da gestão, dizer como o outro está indo, não é tarefa fácil em um país cuja cultura ainda é tão melindrada. A impressão que dá é que quando falamos que o outro tem algo a melhorar, ele rapidamente se volta para isso e esquece dos seus acertos e fortalezas, toma como pessoal e está feita a confusão. Do outro lado, quem deu o feedback se sente mal e passa a evitar a situação. Este ponto é muito delicado e merece muito estudo e preparo. Só não dá pra não fazer. Brinco nos meus treinamentos dizendo que jamais entraria em um avião com um piloto sem experiência em turbulências assim como não contrataria um líder que não teve ao menos um caso difícil em sua equipe. Ser um bom líder de uma equipe de alta performance é ser bom piloto em dia de sol, mas e na tempestade? Se dar feedback é difícil então encare a missão e faça bem feito, pois esta ferramenta lhe ajudará a desenvolver sua equipe. Há excelentes bibliografias sobre o tema e mais uma vez ressalto a importância do apoio da área de gestão de pessoas para lhe ajudar com a assertividade na escolha das palavras e preparo do momento.
  • Autoconhecimento – Eu gosto de analogias então lá vem o avião de novo. Quando a aeromoça diz que devemos colocar a máscara de ar primeiro em nós e depois ajudar o outro, ela não está te ensinando a ser egoísta. Há uma razão muito simples, para cuidar do outro primeiro eu preciso olhar pra mim. Conhece-te a ti mesmo e depois ouse querer conhecer o outro, o contrário jamais funciona. Mas faça isso com coragem de se apresentar para esta pessoa que você está tornando. Lembre-se, somos um projeto aberto, um constante vir a ser então esse exercício nunca acaba. Aprenda a conhecer seus pontos fortes usando-os para atingir seus objetivos e principalmente conheça suas oportunidades de melhoria para no mínimo fazer as pazes contigo e talvez trabalhar naquilo que te atrapalha. Você não é obrigado a nada, mas o autoconhecimento te liberta e te da escolha.

Para fechar este artigo na expectativa que ele possa ter contribuído um pouco com a sua carreira, deixo uma última dica que para mim é a mais valiosa:

  • Seja humano – Tocar as pessoas exige humanidade e para isso nenhuma técnica ou bibliografia te prepara. É necessário deixar de fazer e SER. Quando estiver com o outro, seja humano. Parece simples e quem dera fosse, te desafio a tentar e me contar como foi. Sucesso!

Lorrana Menezes - Psicóloga e Coach - Relicário Psicologia e Desenvolvimento Humano

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